domingo, 31 de outubro de 2010

Esquecimento

Sou pura teia de aranha.
Corroendo nos cantos surrados cheirando cana-de-açucar destilada.
Sou o meu novo encanto.
Correndo nas ruas da pequena velha cidade com mãos nos bolsos vazios.

A saudade me envolve.
Como queria continuar aqui nos verões seguintes.
Mas sei que sou puro devaneio,
e me solto por aí sem precisar de rumo ou felicidades.

Sabe? Me sinto como pura alegria.
Falo pela noite,
mas não sou daqueles caras de desejostortos.
Conheço meu caminho e não me recuso de sonhar.
COMO SE FOSSE UMA MERA ILUSÃO,
ME DEITO AGORA NO SILÊNCIO.
SOU SÓ EU E MIM MESMO, NA ETERNA LUTA QUE É AMANHECER SEM MACHUCADOS.
MAS O FIM DO DIA SEMPRE GERA TRISTEZAS INDESCRITÍVEIS NO OLHAR DE UM VELHO CARENTE DE BLUSA AZUL E MEIAS CINZAS.

- só que o cara insiste em dançar break enquanto briga com a mocinha da turma do meu irmão.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Palavradeus

As palavras são no final um meio de chegar até o que pensamos ser deus. Nosso deus é nossa palavra e nada mais. Se fechar os olhos a gente percebe. Langue parole erasmo carlos nietzche ronaldinho. Tudo no fim é igual é tudo uma busca por um insano chamado deus mas ninguém percebe que fomos nós que criamos as palavras e logo fomos nós que criamos deus. Então deus somos nós mas não podemos acreditar porque na realidade não acreditamos em nós mesmos. Aprendi isso no filme.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Opa,

só uma dúvida: a trema voltou pra língua portuguesa?
Eu fico perdido nessas coisas.

Um Ente Querido

Eu sigo independente,
onipotente,
um pouco contente
e com dor de dente.

Consigo inconsequente,
descaradamente,
tem cadeira, sente,
mas tá frio, se esquente.

Me ligo ausente,
solenemente,
no meio da gente
usando um terno indecente.

Agora estou ciente,
inconstitucionalissimamente,
quem dormir não mente,
vou dormir, me alente.

SINCERAMENTE?
NÃO HÁ QUEM AGUENTE!

domingo, 10 de outubro de 2010

Sorte de Principiante

Minha avareza é o meu controle remoto,
onde tudo que é concreto se transforma numa besteira sem tamanho.
Minha gentileza é só um enfoque,
aqui, sozinho, o mundo gira sem necessidades de etiqueta.

Sua natureza é o meu sentido morto,
pra mim, se quer assim, pode ser, mas não me agrado.
Essa mesa é aquela controvérsia,
se onde eu ponho o prato, não me ponho, mas se peço pato, me acompanho.

Nossa realeza é um lixo radioativo,
e não me deixo mais enganar pela idéia do infinito.
Olha! Que beleza, já passou mais um domingo,
só que nessa casa sobraram eu e um colchão frio.

sábado, 9 de outubro de 2010

Ainda

E ainda espero,
na sombra da tua dúvida,
que me conceda o suspiro
que eu precisava pra dormir em paz.

Não que não durma,
mas sei que ainda falta algo,
ainda falta muito.
Ainda falo muito.

Mas não se recuse chorar,
não se recuse pensar no que era.
Mas, quando passar, vem
e me diz que chegou a hora.

Ainda que sobre,
ainda que falte algo,
ainda que falte muito.
Na sombra da tua dúvida eu estou aguardando.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mudanças.

Oba! Agora temos mecanismo de busca ali do google pra eu não me perder mais nessa zona que esse blog acabou virando.
E eu acho que ele ficou mais bonitinho assim também. Saudade dos meus layouts no photoshop e tal, eram muito mais artesanais.
Enfim, cala a boca, Léo.
Depois vem mais merdinha sentimental escrita pra vocês aqui. Por enquanto eu acho que vou dar uma cochilada.
Um abraço e distribuam esse blog pros coleguinhas, alguém um dia vai gostar. (Espero eu).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Reflexo

Desculpa, amigo,
mas não sei o que fazer.
Não sei se era a hora de nos aborrecer.

Eu sei, amigo,
mas não posso te dizer.
Não sei, mas era a hora, eu tinha que fazer.

Me difame, amigo,
mas não venha com porquês.
Não quero me perder no meio de vocês.

Desagrade, amigo,
mas não vá liquefazer.
Não troco um por outro, não adianta nem dizer.

Não faz isso, amigo,
já se sabe que você
só procura abrigo, mas não deixa ninguém ver.

PORQUE SERÁ?
PÁPÁPÁÁÁPÁPÁÁÁPÁPÁPÁPÁ

Parabéns

Olha que legal, meu blog é tão antigo que a postagem anterior foi a 350ª postagem.
Massa né?
Nem é, mas beleza.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Hiperatividade Passageira

Eu as vezes não entendo essa minha doença. Passa tanta coisa na minha cabeça. Passa chaves na tevê. Passa tanto medo, tanta música. Passo eu, passa você. Ela passa e fica. Passam passos e Passenses. Passo frio. Passa minha mãe e meu pai, lá longe. Passam horas sem dormir. Passo mais um café pra continuar aqui. Passa a página, passa vontade. Passa-tempo, verdade. Passam dias que voltei e agora passa vento no vidro quebrado da janela do meu quarto. Só não paro de passar por essa pena de pedir mais um tempo pra passar com quem eu amo. Mas esse amor agora é tanta gente, que passam cidades, passam ônibus, passam meses e eu não consigo fazer passar esse desejo de que todos e tudo dêem uma passadinha aqui nesse sofá.
Enquanto isso, alguém passa a minha roupa na avenida Leite de Castro com um lindo ferro de passar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Meu novo setembro

Eu não me entendo desse jeito,
sou tão bem quanto queria não ser.
Mas, talvez seja bom gostar assim.
Sempre me fez feliz.

Não importa se não é costume acreditar nesse tipo de coisa,
mas, pra mim, tudo dá certo no final, se você tem certeza que vai ser uma coisa boa.
É um paradoxo que somos nós: pessoas que interagem e se completam.
Mas o amor é algo mais.
É o que não se pode explicar por paradoxos.

Tá vendo, não me entendo tão bem.
Mas entendo que tenho estado feliz por estar assim: você.

Se tudo passa

talvez você passe por aqui.

sábado, 2 de outubro de 2010

Caderneta do Sherlock Holmes

Sobras do tempo de antes
sempre sobram na minha cabeça.
Seus cigarros, nossos jogos,
as risadas e tudo mais.

Os dias na piscina,
enquanto me ensinava a nadar.
Suas revistas escondidas
e os palavrões que aprendi falar.

As memórias de um cara que se foi,
essa vida nunca é o bastante.
Mas no fim eu agradeço e rio,
Obrigado, meu caro amigo, meu grande tio.

Aquele dia

À tarde a chuva veio me dizer
que hoje era o último dia que eu
tinha pra tentar.

Você estava tão quieta,
eu não sabia o que dizer,
então resolvi deixar.

Foi quando, já na rua,
me pedira pra ficar só mais um tempo
até desencontrar

Eu disse: porque não? É claro que quero ficar.