sexta-feira, 13 de abril de 2018

Ni

Ela, no momento oportuno
Fez de oportunista um adjetivo chulo
Sua mão me levou: mas meus pés já sabiam por onde ir

E nos trancamos, num sem tempo que ainda ecoa
E nos amamos, torpe e lindo como devia ser:
Rindo

E o que me lembro dali pra frente foi sorriso

Depois do beijo
Sorriso

Conversar
Sorriso

Depois do sexo
Sorriso

Acordar ali
Sorriso

Mas minha triste tristeza,
Essa era a oportunista chula.
Me carregou pra um baixo tão baixo,
Mas tão baixo
Que só me sobrou reinventar

E ali, tristemente, Ela não tinha espaço
E então se foi (por minha culpa)

Sei do seu choro por relato
Nem poderia imaginar o estrago
E causar dor em outro também me causa

E de lá foi quase um ano
Engenhando meu novo eu com sua ajuda,
Mesmo sem saber

Pra transformar o longo em curto:
Me refiz libertando o espaço da tristeza
E de volta coube ela direitinho dessa vez

Mas nela reinavam outras coisas (as vezes tristes) que ainda tentamos rever

Dessa vez juntos, com amor
Coisa que nunca imaginei digno de viver

E como vivo agora!
Vivo grande, vivo longe!
Viveremos!

Quando um aprende ao outro ensina

E é assim que quero ser