terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pipa

Estou o pó da rabiola.
A namorada vai pra longe,
não posso cursar a faculdade que passei,
não trabalho, não estudo, não toco mais musica,
nem escrever eu sei mais.
Sou o pó da rabiola.

É sério, turminha.
Sou um cego em um tiroteio.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O samba do até logo.

E eles passaram em frente a mim com ar de riso contido, acho que adivinharam minha situação e resolveram experimentar causar uma inveja. Deve ter funcionado, contrário não estaria escrevendo sobre eles.
Abraçados, no frio dessa mudança de estações, logo de manhãzinha, assim que saí do ônibus. E eu, atônito com tudo aquilo que estava acontecendo, logo me imaginei ali, um dia antes, na mesma calçada, me sentindo o maior do mundo, ao lado da maior do mundo. Agora já passou, minha semaninha da felicidade.
Segui, apesar do vento forte que bateu e acabou fazendo escorrer uma lágrima. Vento forte tinha outro nome antigamente, talvez chamavam de saudade ou algo assim, não me lembro sou novo. Daí, como quem tinha que continuar, continuei. Ali, na cidade populosa e eu: sozinho junto com mais tanta gente, e nem tinha porque procurar alguém, quem eu precisava eu não ia ver.
Estava deitada, ela, talvez chorando, dormindo, lembrando, não sei. Estava deitada onde já nos deitamos várias vezes quando não estavam olhando e abrimos sorrisos largos só por vermos que estavam ali os dois: a minha grande pequena e eu, e nada mais, na escuridão dos nossos pensamentos, trocando palavras que talvez nunca descrevam o tamanho que é aquilo tudo.
Se era essa rotina meio doida que criamos, agora vamos ter que mudar tudo denovo. Sacrifícios à parte, seremos felizes ao nosso modo. E eu estou tão feliz por ela, que até quase relevo a distância. Não relevo porque ainda dói bastante, mas quase relevo, pela alegria de ter visto tudo acontecer e participado.
É tudo doido ou tudo doído, um acento muda bastante aqui, mas não muda nada dentro de mim.
Obrigado, menininha, por ter me mostrado como tudo isso é bom.

Ana Lise com Bi, na tória.

Acho que sou da humanidade.
Odeio a má temática dos números.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

só pra lembrar

que daqui eu não espero mais nada.
que lá é o que me leva ainda, e quem é pra entender entende.
se minha ansiedade foi maior que a expectativa, agora eu tenho alguém pra me confortar e pensar que não importam os números, importam as palavras.
ah, toda essa importância. eu agradeço e me sinto humilde quanto a tudo que veio. que de mais forte aqui dentro são todos os afetos, longes mas não vãos.
me sinto sério, com cara de meio-dia. mas no buraco incolor do entendimento, resta a cor da pele.
com marcas de camiseta ao sol (que juro que não existem ou relevam) e me levam ao pensamento quente e ardente: se existe o ser repleto de mim, esse ser é repleto de ti.
e, numa declaração mais intensa, digo "o amor é o mais triunfante dos sentimentos, pois não espera resposta ou resultado, apenas é singelo e existe aos mais molhados lençóis, ou teclados de computador".
e hoje eu percebo o mundo de qualquer forma, pois não importa a forma, o que importa é percebê-lo.
seu cabelo.