sábado, 20 de fevereiro de 2010

O samba do até logo.

E eles passaram em frente a mim com ar de riso contido, acho que adivinharam minha situação e resolveram experimentar causar uma inveja. Deve ter funcionado, contrário não estaria escrevendo sobre eles.
Abraçados, no frio dessa mudança de estações, logo de manhãzinha, assim que saí do ônibus. E eu, atônito com tudo aquilo que estava acontecendo, logo me imaginei ali, um dia antes, na mesma calçada, me sentindo o maior do mundo, ao lado da maior do mundo. Agora já passou, minha semaninha da felicidade.
Segui, apesar do vento forte que bateu e acabou fazendo escorrer uma lágrima. Vento forte tinha outro nome antigamente, talvez chamavam de saudade ou algo assim, não me lembro sou novo. Daí, como quem tinha que continuar, continuei. Ali, na cidade populosa e eu: sozinho junto com mais tanta gente, e nem tinha porque procurar alguém, quem eu precisava eu não ia ver.
Estava deitada, ela, talvez chorando, dormindo, lembrando, não sei. Estava deitada onde já nos deitamos várias vezes quando não estavam olhando e abrimos sorrisos largos só por vermos que estavam ali os dois: a minha grande pequena e eu, e nada mais, na escuridão dos nossos pensamentos, trocando palavras que talvez nunca descrevam o tamanho que é aquilo tudo.
Se era essa rotina meio doida que criamos, agora vamos ter que mudar tudo denovo. Sacrifícios à parte, seremos felizes ao nosso modo. E eu estou tão feliz por ela, que até quase relevo a distância. Não relevo porque ainda dói bastante, mas quase relevo, pela alegria de ter visto tudo acontecer e participado.
É tudo doido ou tudo doído, um acento muda bastante aqui, mas não muda nada dentro de mim.
Obrigado, menininha, por ter me mostrado como tudo isso é bom.

Um comentário:

J. disse...

deitada, chorando, lembrando. dormindo só bem depois.