sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Locking my room.

Estou pensando sériamente em trancar meu quarto. O quarto é um lugar tão comum pra gente e tão incomum pros outros. Eu não me sinto sozinho nele, apenas intediado.
Acho que nunca quero ser sozinho. Fico imaginando que agonia deve ser, você não ter ninguém pra te cumprimentar quando chega em casa, e não ter ninguém pra dizer pra onde você vai, quando sai. Sinto me triste por pessoas assim. Na realidade, eu gostaria de estar agora, na casa de todas elas, abraçando-as de uma forma, que elas não precisariam de um outro abraço para o resto de suas vidas.
Eu não quero chegar em casa, acender a luz e perceber que estou sozinho, e que não adianta quanto tempo passe, eu não terei ninguém pra esperar, pra comer aquele macarrão, tomar aquele vinho.
Quero chegar em casa, e poder ver minha mulher, toda arrumada, esperando eu chegar para sairmos de carro, comermos em um bom restaurante, assistirmos um filme e voltarmos felizes para casa.
Quero chegar, e ver meu pequeno filho, com apenas alguns meses, aprendendo a falar. Quero abraçá-lo, sentir todo o amor que tenho por ele transbordar. Quero vê-lo crescer, se tornar um homem.
Eu quero chegar em casa, e ser recebido pelo meu netinho, dizendo: "Vovô, olha o que eu aprendi!". Quero chegar em casa, e ver a mesa cheia de gente, se divertindo, dando risada, discutindo política, novela ou futebol. Quero não conseguir contar a quantidade de netos e bisnetos que tenho. Quero ficar tão perdido a ponto de esquecer com facilidade o nome deles, e ser corrigido com um: "Er! Meu nome é Pedro, vovô."
Quero morrer, deitado na minha cama, com minha velha mulher ao lado, segurando a mão dela, lembrando dos tempos bons que passamos juntos, e que foram muitos. Lembrando de tudo que eu fiz na minha vida. Quero ir com a segurança de que eu deixei todos prontos para, de certa forma, encararem o mundo.
Só assim serei um homem feliz, realizado.
Não me arrependo de nada do que fiz, nem do que deixei de fazer.
Não me arrependerei se minha vida for completamente diferente da que eu sonhei, o que importa é me sentir feliz o bastante para poder dormir e acordar no outro dia disposto o bastante para sonhar com uma nova vida!

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