segunda-feira, 14 de março de 2011

Para o inferno com a teimosia

Recorri as outras coisas
como uma procura longa ao desconhecido
e conheci.

Mas me conheci sozinho, naquele riacho frio e escuro.
Sobre pontas de cigarros velhos e molhados
estava construído o pequeno altar da lembrança
e as fotos não paravam de chegar.

Os postes na chuva ficam tão bonitos,
disse eu. E a resposta foi a da revista:
Estou livre em janeiro.

Mesmo não conhecendo, reconheci.
Mas meu amor era tão forte que nem deu pra notar.
"Olhe, querido! Parecem pequenas frases jogadas ali."
"Não, mulher, são inoportunas desculpas aos amores jogados longe."

Porque sou só eu que posso escolher,
e minha escolha é sempre sim.
Soberano ou não, a réplica é da senhoria,
e eu não gostaria de interrompê-la.

Um comentário:

Julia disse...

Lindo esse, Léo. Achei delicado...