quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Paul isn't dead, Sutcliffe is.

Paul isn't dead, Sutcliffe is.

Meu quarto é assim há muito tempo
uma bagunça sem tamanho e sem momento.
Um violão sem uma corda largado num canto
e um canto desafinado no fim do dia.

Meu quarto é assim desde pequeno:
as tralhas jogadas lembrando preguiça
e as risadas solitárias da nova geração.
Meu quarto é uma zona que até dói.

Meu quarto tem crescido com os dias,
e os dias trazem novos instrumentos
nesse espaço pequeno que eu chamei de quarto,
e que nunca pára de tocar música.

Meu quarto é assim há algumas horas.
Fechei a porta e me deixei levar.

Essas luzes piscando new age,
e esse leve vento de woodstock,
e toda essa fumaça dos festivais de rock,
e aquele solo overdrive bem vintage.
Tenho sorte da minha cama estar ali do lado,
tenho medo de continuar acordado,
e pensar nas besteiras desse novo mundo.

Estou sóbrio há muito tempo, caros amigos.
Estou sóbrio há dezoito anos.
Continuem se embriagando nas suas novelas e divindades,
eu continuo me tratando no meu rock n' roll.

Meu quarto é a minha vida, é uma obsessão enorme por tudo o que é desconhecido, privado.
Meu quarto é meu, e eu levo ele pra onde eu quizer.
Preciso me desfazer do meu quarto. Preciso ser só eu, e mais nada.

Um comentário:

Ana Luísa disse...

quartos e seus mistérios!
nessas pequenas paredes,
é quando podemos ser quem somos,
libertar os segredos!

adorei o texto *-*