terça-feira, 5 de agosto de 2008

Será que a vida sempre foi tão escura assim, ou nós a escurecemos de uma hora pra outra?
Parece-me que antigamente havia mais tempo, mais espaço, mais oxigênio.
Será que fui eu que mudei, ou nós que mudamos?
Eu sempre soube que um dia haveria algo que me pediria pra parar, pra repensar.
Será que esse dia chegou?
E eu? Aqui, sentado, observando elétrons fazerem seu trabalho, esperando que algo aconteça, algo que me faça levantar não apenas pra pegar outro copo d'água, mas para abrir a minha janela e ver que a luz voltou. Não a luz que vem dos tais elétrons, mas a luz que vem de todos, uma luz diferente nas bordas mas semelhante no núcleo.
Observei demais essa luz fosca que chamamos de vida. Observei tanto que acabei por ficar cego.
Se ao menos eu tivesse como tocá-la, mas essa luz é intangível para mim. Me resta acabar com meus olhos, ou fechá-los.
Talvez seja a falta de uma luz falsa que todos teimam em acreditar. Talvez seja o tanto de uma luz verdadeira que poucos aceitam, e os que aceitam são tristes. Talvez eu deveria me deixar levar.
Eu só queria que todos pudessem ver o que eu vi, mas o ser humano é fraco demais para deixar de se apoiar no que sempre pôde contar. O ser humano tem tanto potencial e simplesmente se acomodou na complexidade do "não saber", ou do "achar que sabe". Talvez o medo do desconhecido, talvez os dogmas medievais, talvez o medo do todo, talvez TODOS tenham medo.

Um dia abrirei minha janela e não verei mais o céu azul, verei uma poeira preta cheia de restos humanos.

Nenhum comentário: