quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Lili, the little girl.

Acordou, limpou os olhos com as mãos pequenas e frágeis. Tirou o pijima, colocou a roupa de ficar em casa. Desceu, tomou sou leite com achocolatado, deu um beijo nos seus pais. Subiu, se trancou no quarto. Olhou todas aquelas bonecas, enfileiradas, todas obtidas por birras e choros. Olhou-as de uma forma diferente, olhou-as com um sorriso. Decidiu que não queria mais bonecas, decidiu que queria músicas.
Decidiu também, que dessa vez ela não faria birras. Pegou as bonecas, colocou-as no saco plástico e desceu as escadas novamente.
Foi para a rua mais movimentada da cidade, e andou, andou até cansar, e depois de cansar andou mais ainda. Andou até encontrar a criança mais triste que já havia visto, e a entregou o saco. Sem mais nada pra dizer, saiu correndo, ansiosa.
Voltou ao seu quarto, sentiu-se diferente. Sentiu-se como se fosse uma borboleta, pronta para voar. Abriu a janela, sentiu a brisa fresca da manhã, e viu o pássaro, com a tão sonhada música! E lá ela ficou por horas, e dias, e meses, e anos. Envelheceu jovem e linda, não queria mais largar a música, e nem deveria. Gloriosa borboleta se tornou, que todos que a viam se sentiam felizes, e queriam, incrivelmente, ouvir músicas.

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