terça-feira, 11 de outubro de 2011

Otimismo, pra quê te quero?


Decepo-me e logo noto nós na minha cabeça.
Chego mais perto para um olhar mais aguçado.
Vejo pulgas atrás da orelha e rugas nos olhos.

Boto minhas luvas de taxidermista
e vou ao ataque: PLAFT! tenho minha consciência em mãos.
Brinco um pouco, giro-a no ar.
Aproximo o bisturi e corto na metade.
Jogo uma parte fora e a outra boto logo de volta no lugar.

Dilacero-me a cabeça em todas as partes.
Tiro metade de um e metade de outro.
Três metades para cada três inteiros
são jogadas no lixo,
as outras três, devolvo a mim.

Ao fim do dia, tenho só sorrisos,
que metade de mim que era choro
fica nos entulhos hospitalares
dessa nossa vida,
para ser esquecida ou reciclada.

Um comentário:

Gustavo Pavan disse...

Que talento pra escrever, cara.
Impressionante.