Solene, o sol vem brilhar nas formosas horas do fim do dia,
quando acordo.
Vejo e faço um contrato: vai-te embora em uma hora
que esse que lhe aborda é da noite por escolha própria.
Mas não teimo em não deixar me esquentar por esses breves segundos,
quando acordo e o nosso acordo está fechado.
E ele vai, e sei que esquenta a casa de outrem,
que agora também acorda.
No meu fim do dia, quando abro os olhos,
percebo falhas na parede do teu quarto
e sinto o cheiro da fumaça velha da lata que é cinzeiro.
Tenho dores de garganta constantes por não ver o sol.
E aquela outra, que logo ali citei
-que agora é quente pelo sol, e não por mim-
aquela é bela e não me conhece, nem eu a ela.
Mas o mesmo sol, que me urge cinco e pouco,
acorda os galos do quintal da moça às seis e meia.
E os galos a acordam quando os meus olhos abrem,
sem saber se é pelo sol ou por mim mesmo.
Só que de lua e frio eu me contento,
e conto meia hora pra partir.
Enquanto canta o sino aqui,
no outro canto o galo canta e é hora de dormir.
Só me compenso pela dúvida
de pelo menos não saber
se um dia eu acordo galo
e ela sino.
E o sol a brilha e o brilho me acorda sem sol e eu canto
pra ela cantar.
Então continua com o nosso acordo, sol,
que quando partires eu acordo
pro resto do mundo acordar.
4 comentários:
Valeu a pena o tempo de espera.
Lindo, Léo. Mais um texto essa noite pra pensar pra caralho.
Um beijo, sem tosse.
Caral*
Voltou com grande estilo leozinho.
Lindo texto...
Parabéns irmão.
Que coisa linda Léo!!
parabéns, léo! ta lindo demais!
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